Agência ZeroUm13 de ago. de 20214 min para lerDoação de sangue após a vacinação?Período varia de acordo com o tipo de tecnologia utilizada no imunizante e pode chegar a sete dias.Foto: Prefeitura de Itapevi-SP.É permitido doar sangue logo após tomar a vacina contra a Covid-19? De acordo com a Nota Técnica nº 12 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o período de inaptidão varia de acordo com o tipo de vacina.Candidatos à doação de sangue que receberam vacinas de vírus inativado ou fragmento proteico sintético, como é o caso da Coronavac, devem aguardar 48 horas para fazer a doação.Candidatos que receberam vacinas que utilizam vetores virais recombinantes não replicantes, como AstraZeneca/Butantan, Janssen e Sputnik V, devem aguardar sete dias para fazer a doação de sangue.Candidatos à doação que receberam vacinas que utilizam RNA mensageiro ou DNA, como o imunizante da Pfizer, permanecem inaptos à doação de sangue por sete dias após a aplicação da vacina.O pesquisador da Fiocruz Brasília, Sergio Nishioka, explica que essas recomendações são feitas por precaução. “Teoricamente, se uma pessoa doar sangue depois de vacinado, pode ter algum componente da vacina circulando, e quem receber a transfusão do sangue doado por ela pode desenvolver uma reação adversa.”Sergio ressalta que o candidato à doação de sangue que não souber informar de maneira segura sobre o tipo de vacina que recebeu - portanto, não sendo possível identificar a tecnologia utilizada no imunizante - permanece inapto a doar pelo período de sete dias após a aplicação.No caso de vacinas que necessitam de duas doses para garantir total imunidade, o intervalo de inaptidão para doar sangue está relacionado a cada uma das aplicações.RecomendaçõesPara doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos, sendo que menores de idade precisam da autorização de um responsável legal; pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. No caso de doador que faz uso de medicações ou possui alguma doença, é importante verificar no site do hemocentro ou comparecer na triagem clínica para conferir se a condição é impedimento temporário ou definitivo para a doação.A chefe da Seção do Ciclo do Doador da Fundação Hemocentro de Brasília, Anne Ferreira, dá algumas orientações pré e pós doação.“Antes de realizar a doação de sangue é importante que o doador durma bem na noite anterior e beba bastante água. A doação de sangue não deve ser feita em jejum, então é importante que o doador se alimente evitando alimentos gordurosos, como leite e seus derivados e frituras. Após a doação, o doador recebe o atestado de doação justamente para que possa ficar em repouso, sem fazer atividade física por pelo menos doze horas após a doação.”“Não se deve ingerir bebida alcoólica durante doze horas após a doação. Também se recomenda evitar o cigarro nas duas horas seguintes à doação, da mesma forma deve-se evitar o cigarro duas horas antes. Além disso, é importante beber bastante água para repor todo líquido que foi perdido durante a doação de sangue”, acrescenta.Anne Ferreira destaca que a doação de sangue é um processo seguro. “Todos os materiais são estéreis e descartáveis. Com relação ao coronavírus, reforçamos que todos os hemocentros se adaptaram para poder oferecer um ambiente o mais seguro possível. É importante destacar que essa segurança depende também das ações de cada doador, de usar máscara e utilizar o álcool em gel.”Vidas SalvasO volume médio de sangue coletado em uma doação é de 500 ml, sendo 50 ml usados para exames laboratoriais. Esse volume pode salvar até quatro vidas, conforme explica o diretor do Serviço de Coleta do Hemocentro da Universidade de Campinas (Unicamp), Vagner de Castro.“Uma doação de sangue pode salvar de três a quatro vidas de pessoas com problemas distintos. Os glóbulos vermelhos servem para o paciente que tem anemia; as plaquetas que servem para quem tem problema de coagulação; o plasma fresco congelado que também serve para paciente que tem problema de coagulação. E do plasma, obtemos o crioprecipitado, que também são proteínas da coagulação.”Roberto Carvalho Monteiro, brasiliense de 27 anos, foi uma das vidas salvas por um doador de sangue, quando ainda tinha sete meses de idade e contraiu meningite bacteriana.“Fui internado e passei uma semana em coma. Como meu quadro não estava melhorando, os médicos resolveram fazer uma transfusão de sangue em mim. Ocorreu tudo bem e depois da transfusão eu comecei a ter uma melhora visível. Hoje em dia eu não tenho quase nenhuma sequela de meningite, mas eu sobrevivi e estou vivo até hoje graças à transfusão de sangue”, conta.Roberto foi salvo por um doador de sangue como a Lorena Magalhães Dutra, analista de marketing, também moradora de Brasília. Doadora assídua, ela conta a experiência de doar um pouco de si pelo próximo.“Eu sou doadora desde que completei dezoito anos. Como meu sangue é O+, o Hemocentro de Brasília sempre me liga quando completa os três meses [da última doação]. É um procedimento muito tranquilo, não demora. Você chega, faz a triagem e logo em seguida faz a doação. Não dói; comparando com o benefício que está levando para pessoas que precisam de transfusão de sangue, é uma picadinha”, relata.“Todos os tipos sanguíneos são importantes, mas o mais importante é que as doações sejam regulares justamente para poder manter os hemocentros sempre abastecidos e que não falte para ninguém”, reforça Anne Ferreira.Covid-19 e DoaçãoPara pessoas com sintomas gripais ou que tiveram contato com alguém que testou positivo para Covid-19, a orientação é aguardar 14 dias após o último sintoma ou contato para fazer a doação de sangue.“Se a pessoa já teve o diagnóstico clínico ou laboratorial de Covid-19, ela será considerada inapta [a doar sangue] por um período de 30 dias após a completa recuperação da doença. Essas recomendações têm como base o princípio da precaução, pois ainda não há comprovação de transmissão do novo coronavírus por transfusão de sangue; e o risco de isso acontecer é considerado mínimo”, esclarece o pesquisador da Fiocruz, Sérgio Nishioka. Fonte: Brasil 61
Período varia de acordo com o tipo de tecnologia utilizada no imunizante e pode chegar a sete dias.Foto: Prefeitura de Itapevi-SP.É permitido doar sangue logo após tomar a vacina contra a Covid-19? De acordo com a Nota Técnica nº 12 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o período de inaptidão varia de acordo com o tipo de vacina.Candidatos à doação de sangue que receberam vacinas de vírus inativado ou fragmento proteico sintético, como é o caso da Coronavac, devem aguardar 48 horas para fazer a doação.Candidatos que receberam vacinas que utilizam vetores virais recombinantes não replicantes, como AstraZeneca/Butantan, Janssen e Sputnik V, devem aguardar sete dias para fazer a doação de sangue.Candidatos à doação que receberam vacinas que utilizam RNA mensageiro ou DNA, como o imunizante da Pfizer, permanecem inaptos à doação de sangue por sete dias após a aplicação da vacina.O pesquisador da Fiocruz Brasília, Sergio Nishioka, explica que essas recomendações são feitas por precaução. “Teoricamente, se uma pessoa doar sangue depois de vacinado, pode ter algum componente da vacina circulando, e quem receber a transfusão do sangue doado por ela pode desenvolver uma reação adversa.”Sergio ressalta que o candidato à doação de sangue que não souber informar de maneira segura sobre o tipo de vacina que recebeu - portanto, não sendo possível identificar a tecnologia utilizada no imunizante - permanece inapto a doar pelo período de sete dias após a aplicação.No caso de vacinas que necessitam de duas doses para garantir total imunidade, o intervalo de inaptidão para doar sangue está relacionado a cada uma das aplicações.RecomendaçõesPara doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos, sendo que menores de idade precisam da autorização de um responsável legal; pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. No caso de doador que faz uso de medicações ou possui alguma doença, é importante verificar no site do hemocentro ou comparecer na triagem clínica para conferir se a condição é impedimento temporário ou definitivo para a doação.A chefe da Seção do Ciclo do Doador da Fundação Hemocentro de Brasília, Anne Ferreira, dá algumas orientações pré e pós doação.“Antes de realizar a doação de sangue é importante que o doador durma bem na noite anterior e beba bastante água. A doação de sangue não deve ser feita em jejum, então é importante que o doador se alimente evitando alimentos gordurosos, como leite e seus derivados e frituras. Após a doação, o doador recebe o atestado de doação justamente para que possa ficar em repouso, sem fazer atividade física por pelo menos doze horas após a doação.”“Não se deve ingerir bebida alcoólica durante doze horas após a doação. Também se recomenda evitar o cigarro nas duas horas seguintes à doação, da mesma forma deve-se evitar o cigarro duas horas antes. Além disso, é importante beber bastante água para repor todo líquido que foi perdido durante a doação de sangue”, acrescenta.Anne Ferreira destaca que a doação de sangue é um processo seguro. “Todos os materiais são estéreis e descartáveis. Com relação ao coronavírus, reforçamos que todos os hemocentros se adaptaram para poder oferecer um ambiente o mais seguro possível. É importante destacar que essa segurança depende também das ações de cada doador, de usar máscara e utilizar o álcool em gel.”Vidas SalvasO volume médio de sangue coletado em uma doação é de 500 ml, sendo 50 ml usados para exames laboratoriais. Esse volume pode salvar até quatro vidas, conforme explica o diretor do Serviço de Coleta do Hemocentro da Universidade de Campinas (Unicamp), Vagner de Castro.“Uma doação de sangue pode salvar de três a quatro vidas de pessoas com problemas distintos. Os glóbulos vermelhos servem para o paciente que tem anemia; as plaquetas que servem para quem tem problema de coagulação; o plasma fresco congelado que também serve para paciente que tem problema de coagulação. E do plasma, obtemos o crioprecipitado, que também são proteínas da coagulação.”Roberto Carvalho Monteiro, brasiliense de 27 anos, foi uma das vidas salvas por um doador de sangue, quando ainda tinha sete meses de idade e contraiu meningite bacteriana.“Fui internado e passei uma semana em coma. Como meu quadro não estava melhorando, os médicos resolveram fazer uma transfusão de sangue em mim. Ocorreu tudo bem e depois da transfusão eu comecei a ter uma melhora visível. Hoje em dia eu não tenho quase nenhuma sequela de meningite, mas eu sobrevivi e estou vivo até hoje graças à transfusão de sangue”, conta.Roberto foi salvo por um doador de sangue como a Lorena Magalhães Dutra, analista de marketing, também moradora de Brasília. Doadora assídua, ela conta a experiência de doar um pouco de si pelo próximo.“Eu sou doadora desde que completei dezoito anos. Como meu sangue é O+, o Hemocentro de Brasília sempre me liga quando completa os três meses [da última doação]. É um procedimento muito tranquilo, não demora. Você chega, faz a triagem e logo em seguida faz a doação. Não dói; comparando com o benefício que está levando para pessoas que precisam de transfusão de sangue, é uma picadinha”, relata.“Todos os tipos sanguíneos são importantes, mas o mais importante é que as doações sejam regulares justamente para poder manter os hemocentros sempre abastecidos e que não falte para ninguém”, reforça Anne Ferreira.Covid-19 e DoaçãoPara pessoas com sintomas gripais ou que tiveram contato com alguém que testou positivo para Covid-19, a orientação é aguardar 14 dias após o último sintoma ou contato para fazer a doação de sangue.“Se a pessoa já teve o diagnóstico clínico ou laboratorial de Covid-19, ela será considerada inapta [a doar sangue] por um período de 30 dias após a completa recuperação da doença. Essas recomendações têm como base o princípio da precaução, pois ainda não há comprovação de transmissão do novo coronavírus por transfusão de sangue; e o risco de isso acontecer é considerado mínimo”, esclarece o pesquisador da Fiocruz, Sérgio Nishioka. Fonte: Brasil 61