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  • Foto do escritorAgência ZeroUm

O túnel do tempo

O futebol é algo que mexe com os sentimentos mais cavernosos do ser humano.

Túnel de acesso das equipes. Foto: Bruno Velasco.
Túnel de acesso das equipes. Foto: Bruno Velasco.

Do presidente da República ao mais humilde cidadão, do Papa Francisco ao mais cristão dos ateus, muitos se transformam quando o assunto é o esporte bretão. A FIFA, a dona da brincadeira, quer 'nutelizar' o esporte que é do mundo!


Jovens, velhos, ricos e pobres brincam de ser jogador de futebol. Não precisa de grandes investimentos, como, por exemplo, no golfe. Uma bola mais ou menos, dois pares de Havaianas e o jogo rola!


O tal padrão que a dona da brincadeira impõe pode ser positivo em muitos pontos. Mas, em um, ela erra e erra feio! O tal esquema de entrada e saída dos times pelo mesmo túnel é um potencial aumento na possibilidade de dar algum 'B.O.' ao final do primeiro tempo ou do jogo. Ainda mais em partidas decisivas. Ainda mais com muita gente na 'turma do deixa disso', ainda mais com TVs e celulares apontados para os protagonistas do possível confronto. Ainda mais com a vaidade de dirigentes munidos de credenciais e amor incondicional pelo clube.


O futebol raiz, com túneis separados, era muito bom! Cada time entrava numa hora, correndo, e saudando a sua torcida. Era morteiro (que não curto, mas tinha sua função), papel higiênico, fumaça, batucada. Enquanto isso, a torcida adversária vaiava, xingava, protestava. Agora, as duas equipes só faltam entrar de mãos dadas e soltar pombas brancas quando perfilam-se lado a lado. Coisa sem graça, sem vida, sem raça, sem brio. A rivalidade, agora, fica na saída do campo. E o espetáculo não é bonito. Um open bar de bravatas. E só.


Pena que uma simples coluna, de um simples colunista, nunca chegará aos olhos dos poderoso do esporte. Se chegasse, talvez algum deles, acostumado a terno, gravata, sapato de couro e ar condicionado, pensasse, nem que por pouco tempo, com a cabeça de alguém de bermuda, camisa de time, tênis ou chinelo e o calor que um estádio cheio pode proporcionar àqueles que, verdadeiramente, amam o futebol.



Fábio Bião

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