Os 25 anos de um "não-silêncio"

A herança musical e de atitude nascidas com a Legião Urbana e Renato Russo.

Renato Russo. Foto: Divulgação.

Foi no dia 11 de outubro de 2016 que as luzes do palco se apagaram de forma discreta. O corpo temporal de Renato Manfredini Jr. dava lugar definitivo ao ícone de toda uma geração: Renato Russo.

Genial e genioso, o líder e vocalista da Legião Urbana inspirou, transpirou e fez crescer uma legião de fãs pelo país. Dono de uma voz ímpar, Renato ao lado de Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos constituíram uma das bandas de maior sucesso no rock 'n roll brasileiro.

A sonoridade das canções da Legião Urbana, na simplicidade dos apenas 3 acordes, servem como pano de fundo para letras audazes, outrora subversivas, capazes de mover multidões e contestar o rumo de um país em tempos de ditadura militar. Afinal, 'Que País é Esse' em que vivemos e no qual está tudo implícito?

O rock-poesia e a mpb do seu líder, junto à música de acordes incomparáveis da Legião Urbana cresceram e alcançaram a imortalidade há 25 anos. Tornaram-se, como se fosse possível, maiores do que já eram. Adentraram ao olimpo dos músicos, assumiram a notoriedade e a posição grata e justa daqueles que constroem mundos novos, desmitificam projetos, e são donos de si.

Hoje, é possível perceber jovens de apenas 15-16 anos - que sequer tiveram contato com a Legião Urbana - cantando canções que se tornaram hinos também para eles. O lugar comum que existe em casa um de nós consegue dialogar e ser preenchido por aquele cujos versos o consumia.

Suas canções são amigas de diversos momentos de cada um de seus fãs, são quase pessoas, retratam e traduzem com fineza e detalhe a riqueza de momentos que muitas vezes não temos a atenção e o cuidado de compartilhar. E é, justamente, por isso que seu líder, a banda, as canções e as letras são eternas. Traduzem e nos libertam daquilo que nós, até entrarmos em contato com eles, não conseguíamos dimensionar que existiria.

Bruno Velasco

Agência ZeroUm