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  • fabiobiao21

Voz e coração

Atualizado: 11 de mai. de 2021

Todo profissional de comunicação esportiva tem seu time de coração. Porém, diferentemente do torcedor “comum”, nos apegamos a projetos e a pessoas.


Assim, aquele time que era seu maior rival na infância, pode ser onde você vai trabalhar ou onde você terá grandes amigos. Isso faz com que a rivalidade que se tem no coração, diminua. Eu, quando criança, era America. Por causa do meu pai, por ser o time que tinha sede na Tijuca, por sua sede ser considerada um marco arquitetônico à época. Porém, meu pai não tinha o hábito de ir ao estádio.



Comecei a frequentar o Maracanã com meu avô, tricolor. Depois, um amigo de infância, que seu pai nos levava aos jogos do Botafogo e, alguns anos depois, aos do Flamengo. Mais velho, frequentava o Maracanã direto – eram tempos de ingresso barato. Ia a tudo quanto era jogo! Estive até em Bangu x Deportivo Quito, pela Libertadores de 1986, o jogo com menor público na história do Maior do Mundo – estávamos eu, um camarada e mais 146 pagantes.



Mais de uma década depois, fazendo programa numa rádio comunitária da Tijuca, me foi pedido que falasse de esportes. Eu disse que, por ser um programa de bairro, falaria só de America. Isso foi em 2004. Em 2009, criei o projeto America Na Rede – sobre o qual falei numa coluna anterior. Posteriormente, trabalhei diretamente no America. Este período “rubro” durou seis anos. Hoje, é muito mais fácil eu sair de casa para um jogo no Giulite Coutinho, do que um jogo no Maracanã.

Depois do America, uma passagem relâmpago pelo São Cristóvão. Aquele campo que eu via de cima do viaduto, quando das viagens de final de semana para a casa de veraneio dos meus avós, passou a ser o meu quintal. Nesse trajeto, não tinha como não criar identidade. Tenho envolvimento com o fut7 desde 2008, mas estou direto desde 2016. Nesse tempo, criei amigos, laços e identificação com pessoas, projetos e camisas. Porém, tento, sempre, não levar isso para o microfone. Procuro deixar guardado num lugar do subconsciente – não sei se consigo, mas juro que tento.

Este ano, prestei serviço de comunicação para times. Troco e sugiro ideias, penso em algumas estratégias de divulgação, busco contatos e divulgação. Há problema nisso? Acredito que não. Pode ser que alguém se incomode? Acredito que sim. Mas, tenho a mais perfeita certeza da minha consciência limpa, de que tento fazer tudo com a maior lisura possível. E isso se refere à narração, às lives, aos textos. Se não for assim, perco a credibilidade. Vou errar, mas sempre tentando acertar! O coração erra, a voz erra, eu erro. E assim vamos caminhando, buscando aprender e melhorar. Sem nunca deixar de ter o coração e voz voltados, também, para ao crescimento da modalidade. Ela crescendo, todos crescemos juntos.



Fábio Bião

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