A dor no silêncio | Série Luto
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A dor no silêncio

Atualizado: 24 de jun. de 2020

Série Luto em meio à pandemia. A Pandemia mudou nossas vidas para muito além do que se pode observar.

Despedidas impedidas - Série Luto. Foto: Wix Mídia.
Despedidas impedidas - Série Luto. Foto: Wix Mídia.

A COVID-19 segue alterando o panorama, o cotidiano e nos impondo uma realidade inimaginável em 2020. Os números de mortes são expressivos apesar de muitos dados terem passado por revisão.


Com o avanço da contaminação, dados passam a significar nomes e rostos conhecidos para muitos de nós. Hoje, em 08 de junho de 2020, já são mais de 34 mil casos fatais relacionados à doença. Ou seja, mais de 34 mil adeus impedidos, 'desritualizados'. A dor propagada no silêncio tem sido mais forte, mais contundente e é nova como quase tudo neste 'novo normal' que estamos presenciando.


A Agência ZeroUm preparou uma série de 3 matérias para ajudar a explicar como lidar com o luto nos dias de hoje. A partir desta segunda-feira e nas duas próximas semanas, abordaremos com auxílio de especialistas como lidar com esta nova forma de viver o luto.


A Psicóloga Imira Fonseca ressalta que:


"as pessoas têm muita dificuldade de lidar com a morte. Isso não foi sempre assim na história da humanidade. Vários autores relatam que a morte era encarada de forma mais serena antigamente. Mas, atualmente, não é essa a visão dominante. E isso atrapalha o luto. Além disso, muitas pessoas não se permitem expor seus sentimentos e acreditam que não sofrer pela morte de alguém, pode ajudar na superação do luto. Isso não é verdade. Tentar afastar qualquer tristeza, decepção ou saudade é uma tentativa pouco eficaz porque esses sentimentos existem e não podem ser eliminados".

E dentro do novo contexto pode haver aqueles que se sintam aliviados por não precisarem cumprir um rito entendido como oneroso no campo emocional, mas existem aqueles que se sentem impedidos justamente diante do último gesto de afeto. O luto ganha contornos novos apesar de a questão ser a mesma:


"A aceitação da morte é o processo mais importante ao longo da vivência do luto. E os rituais devem ser encarados como coadjuvantes, não determinantes nesse processo".

A perda de um ente querido, de uma pessoa especial gera sofrimento e preocupações capazes de alterar muitos hábitos, tais como sono e alimentação. Em muitos casos, há a necessidade de o suporte emocional ser oferecido pelas pessoas mais próximas. Em alguns recortes, há necessidade de busca por auxílio profissional. Em ambos cenários, viver bem e com equilíbrio emocional é importante para que a fase seja superada e o luto cumpra sua função em nossas significações.




Bruno Velasco

Agência ZeroUm


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